segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Ter tempo é uma questão de preferência!


Desde muito nova, aos 15 anos, iniciei minha trajetória no mercado de trabalho e de lá pra cá, fui me aperfeiçoando cada vez mais, não bastando à graduação, fiz outras duas especializações na área da educação, pois sou professora e com isso fui conquistando meu espaço e solidificando assim uma carreira profissional bem sucedida e muito promissora.
Caminhando em paralelo com todas essas questões profissionais que elenquei, havia também uma mulher sonhadora e desejosa de construir uma família em Deus, cuidando do esposo, educando os filhos e servindo à comunidade, mas toda essa simplicidade do Ser esposa, Ser mãe, Ser consagrada, confesso que me incomodava um pouco, afinal vivemos num mundo em que o feminismo impera na sociedade e diz que as mulheres devem dar conta de tudo com maestria, diminuindo muitas vezes até mesmo o papel que é do homem em seus lares, passando a serem, por escolha, as provedoras daquilo que não as preenche em sua essência como mulher.
Falando um pouco da minha história, só sei que o tempo foi passando, e fui acreditando que estava dando conta de tudo, administrava dois empregos e em um deles possuía um cargo de líder como coordenadora pedagógica, minha casa, possuía um cargo de autoridade também na comunidade e mãe. E eu te pergunto, será possível mesmo que em todas essas multifunções, eu conseguia dar o melhor de mim como eu tinha tanta convicção que assim o fazia? Como Deus é sábio e também tem uma pedagogia especial para cada um de seus filhos, comecei a observar e percebi que aquilo tudo estava me roubando de mim. Já não tinha tempo para me cuidar como mulher, meu esposo precisava lidar diariamente com minha prepotência e falta de amor, pois nem o amor próprio posso dizer que tinha, como poderia dar aquilo que não tinha? E o mais triste, passava apenas 2 horas do meu dia com meu filho de apenas 2 anos de idade e que estava começando a ter como referência de mãe, as professoras da escola, afinal, passava muito mais tempo aos cuidados delas do que com sua própria mãe, sem falar na minha comunidade, que ficou totalmente desamparada com minha falta de assistência àquilo que competia a mim, que Deus tinha confiado a mim.
Ao me ver em meio a esse cenário, me coloquei em oração e fui vivendo um dia de cada vez suplicando a Deus coragem para fazer aquilo que deveria ser feito e feito rápido, pois as conseqüências dessas minhas errôneas prioridades já eram notórias na vida do meu filho, no meu lar e na minha comunidade. Após três meses de oferta a Deus dessa minha angústia enquanto mulher, esposa, mãe e consagrada, as coisas foram se resolvendo, e fui dando prioridade àquilo que realmente é importante para mim, aquilo que realmente me completa e me faz sentir uma mulher plenamente realizada.
Hoje, trabalho apenas meio período, pois graças a Deus na minha área de atuação tenho esse privilégio, pois sei também que muitas mulheres gostariam de abdicar do seu trabalho, tal como eu fiz, mas não podem, por serem elas uma fonte de renda essencial para a saúde financeira de seus lares, e o restante do tempo, busco dedicar-me as coisas de Deus e a minha família, afinal, ter tempo é uma questão de preferência!

Lais Lisboa A. Oliveira


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