Desde muito nova, aos 15 anos,
iniciei minha trajetória no mercado de trabalho e de lá pra cá, fui me
aperfeiçoando cada vez mais, não bastando à graduação, fiz outras duas
especializações na área da educação, pois sou professora e com isso fui
conquistando meu espaço e solidificando assim uma carreira profissional bem
sucedida e muito promissora.
Caminhando em paralelo com todas
essas questões profissionais que elenquei, havia também uma mulher sonhadora e
desejosa de construir uma família em Deus, cuidando do esposo, educando os filhos
e servindo à comunidade, mas toda essa simplicidade do Ser esposa, Ser mãe, Ser
consagrada, confesso que me incomodava um pouco, afinal vivemos num mundo em
que o feminismo impera na sociedade e diz que as mulheres devem dar conta de
tudo com maestria, diminuindo muitas vezes até mesmo o papel que é do homem em
seus lares, passando a serem, por escolha, as provedoras daquilo que não as
preenche em sua essência como mulher.
Falando um pouco da minha
história, só sei que o tempo foi passando, e fui acreditando que estava dando
conta de tudo, administrava dois empregos e em um deles possuía um cargo de
líder como coordenadora pedagógica, minha casa, possuía um cargo de autoridade
também na comunidade e mãe. E eu te pergunto, será possível mesmo que em todas
essas multifunções, eu conseguia dar o melhor de mim como eu tinha tanta
convicção que assim o fazia? Como Deus é sábio e também tem uma pedagogia
especial para cada um de seus filhos, comecei a observar e percebi que aquilo
tudo estava me roubando de mim. Já não tinha tempo para me cuidar como mulher,
meu esposo precisava lidar diariamente com minha prepotência e falta de amor,
pois nem o amor próprio posso dizer que tinha, como poderia dar aquilo que não
tinha? E o mais triste, passava apenas 2 horas do meu dia com meu filho de
apenas 2 anos de idade e que estava começando a ter como referência de mãe, as
professoras da escola, afinal, passava muito mais tempo aos cuidados delas do
que com sua própria mãe, sem falar na minha comunidade, que ficou totalmente
desamparada com minha falta de assistência àquilo que competia a mim, que Deus
tinha confiado a mim.
Ao me ver em meio a esse cenário,
me coloquei em oração e fui vivendo um dia de cada vez suplicando a Deus
coragem para fazer aquilo que deveria ser feito e feito rápido, pois as
conseqüências dessas minhas errôneas prioridades já eram notórias na vida do
meu filho, no meu lar e na minha comunidade. Após três meses de oferta a Deus
dessa minha angústia enquanto mulher, esposa, mãe e consagrada, as coisas foram
se resolvendo, e fui dando prioridade àquilo que realmente é importante para
mim, aquilo que realmente me completa e me faz sentir uma mulher plenamente realizada.
Hoje, trabalho apenas meio
período, pois graças a Deus na minha área de atuação tenho esse privilégio,
pois sei também que muitas mulheres gostariam de abdicar do seu trabalho, tal
como eu fiz, mas não podem, por serem elas uma fonte de renda essencial para a
saúde financeira de seus lares, e o restante do tempo, busco dedicar-me as
coisas de Deus e a minha família, afinal, ter tempo é uma questão de
preferência!
Lais Lisboa A. Oliveira
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